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Fábulas

Fábulas

Ribau Esteves no Eixo do Mal

No outro dia escrevi (ou melhor, transcrevi) aqui uma frase de Sócrates em que este se diz provinciano e não pertencer a elites.
Transcrevi-a porque achei que ele tinha imensa razão, que neste país se dá muita importância ao "berço", seja lá isso o que for (porque muitas vezes nem é o que parece).

Hoje, no Eixo do Mal (SIC Notícias) tive a minha ideia confirmada: ao falarem sobre o PSD, deram em troçar de Ribau Esteves.
E porquê?
Não por ser mau político, ou incompetente ou seja lá o que for, mas apenas porque ele não faz parte da "panelinha" pseudo-intelectual de Daniel Oliveira e restantes personalidades...
(honra seja feita a José Júdice que ainda esboçou uma defesa. mas ficou-se mesmo pelo esboço).

Eu nem conheço o homem de lugar nenhum, não é por isso que o estou a defender (mas sei que no concelho onde ele é presidente de câmara as escolas funcionam melhor do que em Aveiro, e sei que no concelho dele há imensas pistas para ciclistas - ao contrário de Aveiro que inventou as BUGAS ma se esqueceu de lhes arranjar percursos!!!).

O que me irritou na conversa daqueles senhores é que se julgam superiores a tudo e todos só porque...porque...
Porquê, já agora alguém sabe?

Referendar ou não?



Agora há petições na net para tudo e mais alguma coisa.
A mais recente (que já tardava) é a reivindicar que o Tratado de Lisboa seja referendado.

Assim sendo, faço já aqui um apelo:
Não me enviem essa petição pois não tenho nenhuma intenção de a assinar.

Eu pertenço ao grupo dos que acham que um referendo destes (assim como outros que já foram feitos) só serve para gastar dinheiro (e papel que é um recurso que fica caro à natureza).

Para me poder pronunciar sobre um assunto preciso de o conhecer minimamente... e não é o caso!
Não querendo armar em politizada (que não o sou), tenho de admitir que sei de política mais do que a maioria dos portugueses: além do nome do presidente da república e do 1.º ministro, até sei o nome de alguns ministros!

E no entanto não me sinto preparada para responder à pergunta do referendo.
Será que essas pessoas que tanto querem o referendo já se deram ao trabalho de ler o tratado para irem votar conscienciosamente?

Duvido!

Todos os dias

morrem dezenas ou centenas de pessoas em atentados no Afeganistão, no Iraque, no Paquistão.
No de hoje, apesar de terem morrido bastantes pessoas, só se fala da morte de Benazir Bhutto.
É natural.
Em todas as guerras só os generais são falados.

O que me incomoda mais nestes atentados é que a bomba que mata não é atirada de um avião...
A bomba que mata é transportada por uma pessoa que sabe que vai matar mas que também vai morrer!
Que raio de fanatismo religião é esta, em que pessoas (normalmente jovens) não se importam de morrer assim?

Ainda há quem defenda que todos os credos merecem respeito.
Para mim, gente que consegue "fazer" a cabeça de outros para que se matem assim, não me merece respeito nenhum.

Dia de Natal

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.




António Gedeão (Rómulo de Carvalho)

Planos de Recuperação...


... para que servem?
(se alguém me souber explicar, agradeço imenso!!)

Entretanto estou para aqui atolada numa tarefa inglória (e anti-ecológica: já alguém pensou nas árvores que se abatem para este gasto inútil de papel?) de escrever para mim própria que o aluno A, B e C precisam de apoio acrescido (do meu, é claro), e precisam de apoio em casa e bla bla bla...

É que se eu não escrevo estas coisas a mim própria ainda sou capaz de me esquecer e deixar as criancinhas lá num canto da sala!

Ó balhamedeus, agora que é quase Natal, não haverá nenhuma alma iluminada que constate que os PR não servem para nada e que acabe com este desperdício??
Ufa!

Gaffes, às duas é melhor!

Ontem, na reunião de pais, depois de distribuir um inquérito para eles preencherem, digo a um senhor:
" isto é um bocado complicado de responder, talvez seja melhor levá-lo para serem o pai ou a mãe a fazê-lo."
Silêncio.

Nisto diz uma senhora que estava sentada numa carteira lá ao fundo da sala:
"mas ele é o pai da C."
E eu, ainda não completamente satisfeita com uma gaffe, continuo:
"ai desculpe, pensava que ara o avô"!

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Provincianismos

"É verdade, sou um provinciano, fiz-me sem pedir nada a ninguém. Não tenho aliados entre os grandes pensadores portugueses e a aristocracia de esquerda".

José Sócrates, "Libération", 17-12-2007

Neste país de saloios há quem não perdoe que uma pessoa com origens pouco aristocratas alcance lugares de destaque e poder...
Basta ouvir as críticas que são feitas a Cavaco Silva: não são dirigidas - como deviam ser - à sua política, mas sim às suas humildes origens.

A minha alma está parva...

O rádio (telefonia para os alfacinhas entenderem) que tenho aqui no "escritório" está normalmente sintonizado na RFM.
Mas hoje deu-lhe um peripaque e só fazia barulhos.

Vai daí, e distraidamente, carrego no comando e mudo de estação.
Passado um bocado presto atenção porque me pareceu ouvir alguém chorar.
E era mesmo.
Era uma mulher a chorar porque alguém (acho que não era ela) tinha tido um acidente e tinha-se divorciado e por isso precisava de um carro novo!

Arrebitei as orelhas para ouvir o impensável: uma espécie de concurso onde quem contar a história mais desgraçada ganhará... um carro!!
Pelos vistos até há um júri para decidir da história mais triste...

Ah, a estação de rádio era o Rádio Clube de Aveiro.

(e agora vou continuar as avaliações senão quem telefona a chorar para a rádio sou eu!!)

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