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Fábulas

Fábulas

Avaliações e outras coisas mais

Escrevi no Registo de Avaliação de um aluno o seguinte:

«Precisa de ajuda para poder melhorar as suas aprendizagens, pois tem dificuldades em todas as áreas.
Precisa que, em casa, o valorizem e ao seu trabalho.
Precisa de muita atenção e apoio.»

Não escrevi mas devia ter escrito:

precisa do carinho da mãe;
precisa de paz e sossego;
precisa de refeições decentes;
precisa de trazer lanche para a escola;
precisa que a mãe passe o serão com ele e não na discoteca;
precisa que o mandem tomar banho e lhe vistam roupa lavada;
precisa de um pai e não dos "namorados" da mãe;
precisa de ser... simplesmente criança!

Ai que raiva!

Trá-lá-lá, vou para o Museu!

Cheguei a casa ainda com a cabeça meia atordoada de uma reunião, principalmente pelo que se lá ouve! (do género de não se saber nada de concreto acerca do funcionamento do próximo ano lectivo, pelo facto de ficarem a olhar para mim como se eu fosse uma ET só porque, quando se queixaram do balúrdio que se gasta em energia eléctrica, eu ter sugerido que se equipassem as escolas com aquecimento a gás natural...).
Como se isso não bastasse ainda vinha carregada de "mapas" e toda a qualidade de papéis para preencher, que nem sei por que ponta lhe hei-de pegar, e a primeira coisa que reparo é no rodapé do noticiário "...professores para os museus..."

Fiquei logo com outra disposição pois não há nada melhor que compreender bem as coisas para as poder aceitar!
Agora percebi porque querem que a gente trabalhe até cair de velhos: só assim teremos idade suficiente para ir para o museu!
Só espero que me deixem escolher o meu museu: não quero ir parar a um cheio de quadros do século XIII, nem a um daqueles que só tem cacos!
Também não gosto dos de tapeçarias pois fazem-me espirrar!

Só tenho uma dúvida: terei de lá estar quietinha a fazer de estátua ou posso mexer-me?
Espero bem que seja a última hipótese, pois não tenho pachorra para estar muito tempo quieta!

E agora vou dedicar-me a essa tarefa simpática de preencher os boletins de avaliação que se entregam aos papás... (aos que se dão ao imenso trabalho de as vir levantar, é claro...)

PS: Querem morrer de inveja?
A
FadaMagrinha andou a passear por Munique e fez uma bela reportagem...
A comida parece que que não presta por lá (a rapariga vinha esfomeada!) mas a cidade é linda!
Ah, e tem um museu muito interessante, com aviões e tudo! Se calhar escolho esse!

Golfinhos em férias

Hoje vou transcrever para aqui o que deixei escrito lá nos Golfinhos:

«Quero agradecer o carinho que todos demonstraram para com este blog, que começou como brincadeira mas que se foi transformando numa coisa bem séria.
Uma vez li no blog da Mãe Galinha que o facto de ela saber que iria ter de escrever o que se passava com ela e as filhotas no dia a dia, a tinha transformado numa mãe melhor e mais consciente dos seus actos.

Pois a mim aconteceu-me mais ou menos o mesmo como professora: o facto de relatar aqui alguns acontecimentos da escola ajudou-me a ser melhor professora por me sentir (ainda) mais responsabilizada pelos meus actos, uma vez que, se os ia tornar públicos, era como se todos estivessem lá num cantinho da sala a observar o meu trabalho.

Quanto aos alunos, o facto de terem um local onde podiam contar e partilhar as suas histórias, de casa ou da escola, foi o maior incentivo à escrita que eu jamais consegui arranjar...
Mas nada teria a dimensão que teve se não fossem os vossos comentários e o vosso apoio. Sentirem que alguém lia o que eles escreviam (e até se darem ao trabalho de comentar) fizeram-nos sentir importantes e vaidosos (e eu é que os aturo...).
A visita da Didas deu-lhes a certeza absoluta que por detrás de cada nick há uma pessoa de carne e osso que gosta de ler o que eles escrevem.
Eles estão muito orgulhosos e eu também.
Esta aventura é para continuar no próximo ano lectivo...
Contamos convosco!

Obrigada,
Margarida»

Em nome de todos os Golfinhos

Donde vens? Venho da festa... :-(

Ontem foi um dia extenuante, tal como eu previa (muitos anos de prática...)
Apesar de um pai armado em parvo que se queixava da falta de organização e a quem respondi que éramos professoras e não uma agência de viagens e que ele só veio porque quis, até aos motoristas que nos calharam na rifa, os mais antipáticos de sempre, correu tudo bem.
As crianças adoraram e foi para elas e por elas que nos metemos nesta trabalheira.
Ainda bem que a minha memória é curta, e para o ano esqueço-me dos maus momentos, só me lembro dos bons e faço tudo outra vez...
(apesar de estar convencida que para o ano os papás ficam em terra...Querem passear? Que organizem eles para ver o que custa!)


GOLFINHOS no Oceanário

Associações de papás, sindicatos, secretários e tiros nos pés

Acabei de ver na RTPN o resto de um programa sobre as greves dos professores.
Estavam em estúdio um senhor da Fenprof, uma senhora da FNE e o eterno senhor da Confap (muitos filhos deve ter o homem para ser presidente dos representantes dos pais há tantos anos!!)

Discutia-se a greve e a certa altura o sr. secretário de estado (um ilustre desconhecido) disse que a greve não prejudicou quase nenhuns alunos "graças à pronta intervenção do governo".

Então, falei (berrei) para a televisão mas ele parece não ter ouvido (continuou a falar e não me ligou nenhuma...) eu resolvi responder-lhe aqui:
Senhor Secretário de Estado: a greve não afectou os exames porque os professores são melhores profissionais do que aquilo que o senhor, mais os sindicatos e mais o senhor da confap pensam!
A greve não prejudicou os alunos porque os professsores não os quiseram prejudicar, porque os respeitam e porque se preocupam com o seu futuro às vezes mais que os próprios papás!
Uff! Desabafei carago!

E agora, quase meia-noite, hora a que acabei os meus afazeres (apenas com um intervalo para a incontornável novela), vou acabar de corrigir os testes dos meus meninos... Porque eles estão ansiosos para saber "as notas" e porque amanhã é o último dia útil de aulas uma vez que na sexta vamos passear até à capital... (eles vão passear...quanto a mim vou ter um dia de 14 horas de trabalho árduo pela frente! Trabalho esse que só será compensado pelos sorrisos e espantos que vou ver naquelas carinhas...)

Gato fedorento... ao ouvido

Quando um filho telefona a dizer "estou aqui a comprar os bilhetes para todos, compro a contar com vocês, não é?", não dá para dizer que não: "velhotes" e "comodistas" são os nomes mais simpáticos que nos sujeitamos a ouvir...

E foi assim que na sexta-feira saí da escola quase directamente para Coimbra para assistir ao "Gato Fedorento ao vivo".
A breve passagem por casa nem deu para me refrescar e tirar o "peganhento" depois de 5 horas de trabalho numa tarde de calor sufocante...
Mas também, para ver uns gajos que se chamam "fedorentos" não serão precisos grandes cuidados...

Vinte euros, o preço de cada bilhete, um balúrdio para as condições do local: o Novo Pavilhão Multidesportos, anexo ao chiquérrimo Dolce Vita e ao renovado estádio, sem ar condicionado, sem visibilidade para o palco e sentados numas reles cadeiras de plástico.
Estava tanto calor lá dentro que os próprios "gatos" por diversas vezes mandarm umas "bocas" à organização...

Portanto, para ser mais rigorosa, eu paguei 20 euros para ouvir os "gato fedorento", enquanto derretia e me colava ao plástico da cadeira!
Lá ouvir, ouvia-se bem.
Ver?
Às vezes, quando um deles se levantava no exacto momento em que o gajo que estava à minha frente se baixava!
É caso para dizer "Fico chateada, com certeza que fico chateada, pá! Tá a perceber?"


Conseguem ver uma mancha branca pequenina e outra maiorzinha lá ao fundo??
São dois deles!

Desabafo de uma professora

O que passo a trancrever é um comentário ao meu post anterior.
Como constatarão, se o lerem, um texto assim não pode ficar escondido no cantinho dos comentários!
E não digo mais nada porque me faltam as palavras...

«É com grande consternação que leio tanto do que hoje se escreve, que ouço tanto do que se diz... e vejo todas as injustiças que estão a atingir limites inaceitáveis...
Perdoa-me o "desabafo"... mas acho que preciso, também, de dizer qualquer coisa...
Tenho acompanhado os meus alunos ao longo do seu percurso escolar com dedicação total.
Nunca falto, a não ser por motivos de força maior. Este ano, porque os MEUS ALUNOS me merecem a máxima consideração e estão num decisivo 12º ano, nunca faltei.
Dei todas as minhas aulas com entusiasmo, porque exerço a profissão de que gosto, aquela que eu escolhi e para a qual me formei (12 anos de escolaridade+ 4 de licenciatura na Universidade do Porto+ 4 de formação pedagógica no CIFOP de Aveiro, com estágio profissional).
Preparei as minhas aulas conscienciosamente, corrigi intermináveis testes, quantas vezes à noite, e em cansativos fins de semana;
leccionei todo o programa, desfiz-me em explicações, certificando-me de que os alunos acompanhavam, que se sentiam preparados e "à vontade"; lutei contra o stress deles e o meu, contra as péssimas condições de salas geladas no inverno e asfixiantes no verão, animei-os quando se sentiam desmoralizados, conversei com eles muito para além do horário que "os outros" dizem que eu tenho...;
participei em reuniões de acompanhamento, de avaliação, de aferição de critérios, de planificações de matérias, mesmo quando "os outros" dizem que nós estamos em férias: nos intermináveis Julho e Setembro, pelo Natal, pela Páscoa...;
também nesses períodos (e sempre, ao longo do ano!) atendi Encarregados de Educação, fiz exames (elaboração e correcção), provas globais, relatórios, matrículas, horários e turmas;
fui/sou professora, psicóloga, conselheira, mãe... mantive-me disponível a tempo inteiro para aquela que é a minha profissão, porque a abracei e as PESSOAS DOS MEUS ALUNOS, jovens a desbravar os caminhos do futuro, merecem, como já referi, a máxima consideração...

Mas estou a ficar cansada das críticas, ofensas e humilhações de que todos os professores estão a ser alvo.
Neste momento, deveria sentir o alívio de missão cumprida, porque as minhas quatro turmas de 12º ano fizeram hoje exame, correu bem e eles ficaram muito felizes - vieram dizer-mo com olhos brilhantes, "porque houve testes que tínhamos feito que visavam exactamente" aquela dimensão da grande e inesquecível Sophia de Mello Breyner, porque o tema de Cesário Verde que lhes foi proposto "tinha sido por nós abordado nas aulas", e os resumos e textos trabalhados "ajudaram-nos a ficar confiantes e a conseguir"...
É claro que tudo isto me deixa uma grande satisfação interior... mas não apaga o ressentimento perante a enorme injustiça e ingratidão que a sociedade está a dirigir a todos OS PROFESSORES, indiscriminadamente... se calhar deveria bastar-me saber que os meus alunos me estão muito gratos - eles exprimiram-me esse agradecimento ainda ontem, porque passei o dia na escola a tirar dúvidas.
Mesmo com um calor asfixiante, contaram comigo (de manhã e de tarde, no único dia em que estaria mais livre esta semana!) para os ajudar a rever a matéria, a relembrar todos aqueles pormenores que às vezes o tempo se encarrega de diluir...
No entanto, por cima da gratidão dos alunos, ecoam as críticas e os sarcasmos que provêm da televisão, de acordo com os quais os professores são uma espécie de monstros egoístas, que pensam apenas em si, atropelando tudo e todos...
Vem um sr Miguel Sousa Tavares, e diz um monte de barbaridades, que revelam uma total ignorância do trabalho desenvolvido por milhares de docentes, por todo o país;
a seguir, um sr Belmiro de Azevedo, não sei a que propósito ou com que autoridade, faz mais umas incríveis "descobertas" - os professores e as escolas "deseducam os alunos"!
Assim, sem mais, e de forma repetida; afirmações dignas... de um processo, se os sindicatos estivessem empenhados em defender realmente os professores que representam.
Mas não.
Os próprios sindicatos, que se têm calado perante tantas situações contra as quais deveriam reagir, vão agora marcar uma greve polémica - que, a meu ver, vai agudizar mais ainda os conflitos, as acusações, as desconfianças.
É assim que as coisas se resolvem?
O Ministério tem que ponderar alguns atropelos graves que está a cometer relativamente aos professores; já agora, posso dizer que o meu vencimento esteve "congelado" durante três anos, por isso, se o défice aumentou, não foi por falta de sacrifícios da minha parte!
E, no meu entender, as atitudes prepotentes não resolvem nada, pois todos sabemos que devemos dialogar civilizadamente, com transparência, pois só assim se consegue algo de construtivo.
Então... qual é o meu dilema, neste momento?
Não concordo, como é óbvio, com as injustiças de que os professores estão a ser alvo, mas também discordo integralmente da forma como os sindicatos estão a guiar o assunto!
Não me sinto sequer capaz de fazer greve, e isso por razões profundamente humanas: tenho visto a angústia com que muitos dos alunos (meus... e não só, enfim!) vêem aproximar-se este período, e não posso imaginar-me a contribuir (ainda que involuntariamente!) para as dúvidas e ansiedades que os assaltam.
Hoje, às 8h30 da manhã, correram para mim duas alunas a chorar - mas mesmo a chorar! - em verdadeiro estado de pânico. Fiz todo o possível para as acalmar, desdramatizando, repetindo que afinal um exame não é o fim do mundo!
E no fim tive a satisfação de ver que estavam felizes, sorridentes, porque afinal correu bem.
Não, perante estes factos, estas pessoas concretas, reais, porque as conheço, porque vivem uma situação decisiva, não tenho coragem de fazer greve. E muitos colegas pensam como eu.
Mas a imagem que passa não é essa - é a de Sindicatos e Ministério que se degladiam, impulsionados por meios de comunicação ávidos de discórdias. Ainda por cima, chego a uma dramática conclusão - se os meios de comunicação tivessem consciência de todo o mal que fazem aos jovens com o seu alarmismo e o serviço que prestam às especulações (para hoje nem sequer havia greve convocada!) talvez fossem mais cautelosos, em vez de lançarem a confusão com informações erradas e provocadoras.
E pronto, peço desculpa por tão longa "dissertação" (talvez não seja a hora nem o local mais adequado!) mas há momentos em que precisamos mesmo de dizer qualquer coisa... e depois, quando as palavras começam a fluir, é difícil "cortar o fio do pensamento"!
Porém, agora, para compensar, não vou falar aqui por mais umas longas semanas.
De facto, há mais de um mês que eu não vinha "à net", porque não tenho tido tempo (com todo o inimaginável trabalho de fim de aulas numa escola secundária de mais de mil alunos...) e a partir de segunda feira volto de novo a deixar de ter tempo: já fui convocada pelo Júri Nacional de Exames para a correcção de (quantas?) provas.
É que os exames de 12º ano (de outros alunos que não os nossos!) são corrigidos por tantos e tantos professores, num enorme trabalho de grande pressão e enorme responsabilidade, criteriosamente prolongado para além de tudo o mais que há a fazer.
Por isso não vou ter tempo para "navegar", nem sequer para eventualmente defender posições justas continuamente atacadas.
Ah, e já agora, gostaria de esclarecer que os exames de 12º ano (com todo o trabalho que acarretam de secretariado, vigilância e correcção!) se prolongam até ao dia 25 de Julho, inclusive, e não terminam a 23 de Junho, como ontem noticiou um "credível" canal de televisão do nosso país!!!!!!!
Desculpem a confidência... mas estou triste!»

Graça M.
17 Junho, 2005 16:44

O défice e os professores (ou vice-versa)

Por alturas do 25 de Abril aparecia escrito em todas as paredes esta frase: "Para trabalho igual, salário igual".
Para mim, na altura com uns ingénuos e completamente despolitizados 14 aninhos, fazia-me uma enorme confusão porque achava que sendo um princípio tão básico, nem direito tinha a ser reivindicado...

O problema é que 31 anos passados esta ainda não é uma realidade... Ainda há salários diferentes para trabalhos iguais, assim como também há salários iguais para trabalhos diferentes...
E o pior de tudo é que, no caso dos professores, essa foi uma reivindicação sindical! Não há aqui partidos inocentes, da esquerda à direita todos foram coniventes nesta aberrante injustiça.

Senão vejamos:

Em 1975 para se ser professor do 1.º ciclo bastava ter o 5.º ano (actual 9.º) e mais 2 anos de Magistério, o que perfaz 11 anos de escolaridade no total.
Em 1977 o curso do Magistério passou de 2 para 3 anos (9+3=12 anos de escolaridade).
Por essa altura, com a "invenção" do Propedêutico, muitas foram as pessoas que depois do 7.º ano do Liceu (actual 11.º) preferiram entrar num curso a fazer um compasso de espera de um ano a ver televisão... (foi o meu caso e o de muitos outros).
Este grupo tem portanto 14 anos de escolaridade.
Logo depois começaram a aparecer pessoas com o 12.º ano e mais 3 de Magistério (15 anos de escolaridade).
Todos estes professores ganhavam o mesmo e progrediam da mesma forma na carreira porque todos tinham as habilitações exigidas para o ensino - e alguns até mais do que as exigidas.

Entretanto, por obra e graça de todos os sindicatos de professores e a troco não sei de quê - mas gostava imenso de saber - resolveu-se que os professores e educadores não tinham habilitações que chegassem e há que os "licenciar".
Nesta febre de licenciaturas, muitos foram os professores e educadores que a fizeram, uns em universidades, outros a pagar balúrdios em institutos onde iam uma ou duas vezes por semana.
Foram tão importantes estas licenciaturas para a vida profissional dos docentes que alguns que a fizeram saíram dela directamente para a reforma!

Mas onde eu queria chegar era ao seguinte:
Os professores licenciados tiveram direito a mudar de escalão mais rapidamente passando à frente de colegas com mais tempo de serviço mas sem a bendita licenciatura...
E terminam a carreira no 10.º escalão enquanto os outros se ficam pelo 9.º (parece um preciosismo, mas dá dinheiro no fim do mês).
O que acontece agora é que há professores que tendo 11 anos de escolaridade mais 1 de licenciatura ganham mais do que professores que têm uma formação base de 14 ou de 15 anos, mas não têm a licenciatura.
Se isto é justo eu vou ali e já venho...

A qualidade do ensino melhorou?
Não acredito!
Os que eram bons profissionais continuam a sê-lo, os que eram maus... também!
Não quero com isto dizer que não seja bom os professores estudarem e valorizarem-se, mas não nestes moldes.
As pessoas devem ganhar pelo trabalho que fazem e não pelas habilitações que têm!...
A este propósito lembro-me sempre desta situação exemplar: tinha eu 3 ou 4 anos de serviço quando fui colocada numa escola onde a auxiliar tinha o 12.º ano e estava a iniciar um curso universitário à noite. Naquela escola, depois de mim ela era a pessoa com mais habilitações.
Que eu saiba, ganhava o mesmo que as colegas dela que tinham a 4ª classe porque as coisas são assim: ganha-se pela função que se tem, não pela habilitação.

E por que se terão os sindicatos batido tanto por isto?
Eu não quero ser má língua, mas os funcionários dos sindicatos são quase todos professores... ah, e quase todos (senão mesmo todos) licenciados, pois tempo para estudar e fazer os TPC é coisa que não lhes falta!

E se o Governo em vez de dar em cima de quem dá o litro todos os dias nas escolas, cinco horas por dia, cinco dias por semana, fosse ver onde andam os professores que, sendo meros empregados administrativos, ganham mais do que os que estão nas escolas? E os fizessem optar: "queres ganhar como um professor? Vai dar aulas"...
É que esta situação também cria uma injustiça tremenda entre os professores e os outros funcionários, que embora fazendo o mesmo trabalho ganham metade do ordenado deles...

E se nós somos um país tão pobre, como podemos dar-nos ao luxo de estar a pagar a "doutores" para fazerem serviços administrativos?

Aos sindicatos:
Já lá vai o tempo em que os sindicalistas punham em risco o seu posto de trabalho para defender as justas causas dos trabalhadores.
Agora, eles passam pelos sindicatos e logo depois aparecem como deputados ou com outros cargos partidários.
É por estas e por outras que eu não confio nos sindicalistas...
As verdadeiras e justas reivindicações dos professores, aquelas que realmente interessam, ficam lá muuuuito no fundo na sua lista de prioridades.

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