O assunto não era para continuar, mas depois de tantos comentários não posso deixar de fazer a "parte 2" para clarificar bem a minha posição:
Desde há sete anos que tenho alunos ciganos. Sempre mantive boas relações com eles e com as famílias. (Com as famílias que vêm à escola porque também há as que nunca vi.Normalmente a família são os irmãos e a mãe, porque o pai está na cadeia ou vice-versa.)
Estes que roubaram a máquina fotográfica fazem parte de uma família com pai, mãe e 7 irmãos (o mais novinho fiquei a conhecê-lo pelas fotos!! - vai-te rindo Didas - e são dos que até vêm à escola se forem chamados).
O mais velho foi meu aluno há dois anos e foi aí que começaram os roubos: limpeza à minha carteira, à da minha colega (duas vezes a cada uma que nós demorámos a aprender) e o telemóvel a outra. Isto sem falar de pequenos furtos ao material dos colegas, ao material da escola e até ao leite da escola. Antes que comecem a pensar "tadinhos, roubam porque têm fome", eu aviso já que não, não têm fome. Os lanches deles são avantajados e muitas vezes trazem daquelas coisas fritas que são bastante caras. Até chegam ao ponto de trazer bebidas de lata, incluindo Coca-cola. Quanto ao leite, muitas vezes serve-lhes apenas para andar com os pacotes a "esguichar" os colegas.
Há uns anos, quando era eu que preenchia os papéis dos subsídios, esta família recebia mais de cem contos por mês de rendimento mínimo! Uma vergonha, atendendo a que eu preenchia os papéis de outros meninos que tinham o pai ou a mãe a trabalhar numa fábrica e ganhavam metade! Além disso, os que vivem do rendimento mínimo têm automaticamente direito a um subsídio da Câmara para livros e material escolar - ao contrário dos filhos dos trabalhadores que têm de preencher e de tratar de tantos papéis que a maioria desiste por falta de tempo! Esse subsídio permite-lhes ter os livros de graça assim como passeios, teatros e ainda material escolar para todo o ano...
Eu não sou racista, nem xenófoba, não vale a pena irem por aí... Agora o que eu sou, ou pelo menos tento ser, é justa em todas as circunstâncias. E todas as injustiças me revoltam, mas principalmente aquelas com que tenho de lidar no dia a dia...
E faltou-me dizer uma coisa sobre o rendimento mínimo: para o receberem a única obrigação destas pessoas é mandar os filhos à escola... só isso! E pensam que o fazem? Eles vêm só quando querem e lhes apetece. Normalmente, salvo raras excepções, têm mais faltas que presenças... E não lhes acontece nada! E se isto é justiça, eu sou a Miss Mundo!
No penúltimo dia de aulas, véspera do passeio ao Oceanário, fui à gaveta da secretária da sala dos professores buscar a máquina fotográfica da escola para levar. Mas da máquina, nem vestígios... Ao longo deste ano lectivo (e dos anteriores também) foram sempre desaparecendo coisas da escola, incluindo outra máquina fotográfica. Desapareceu também o dinheiro da carteira de uma colega e o telemóvel (no ano passado tinha sido a minha vez e a da outra colega da tarde...). Sempre suspeitámos de uns meninos, pois já tinham antecedentes de roubos e o telemóvel foi encontrado com um deles. Agora com a máquina fotográfica usou-se a táctica de "pedir" à irmã mais velha, que é minha aluna, que procurasse bem lá pelo acampamento a ver se a via, a troco da promessa de a chumbar (não é gralha, ela queria mesmo chumbar porque senão ia ficar em casa, ou até casar, pois os pais não a deixam ir para o 2.º ciclo) e de um saco de ameixas... (já estão a perceber que se tratam de meninos de etnia cigana). Uns dias depois, já com eles em férias, aparece lá ela com a máquina fotográfica... Estava suja e não tinha a pilha que lhe permite funcionar pelo que a levei ao fotógrafo para ver se ele resolvia o assunto. Entretanto a mãe apareceu lá para buscar as avaliações, e eu e a auxiliar estivemos a falar com ela: que dois dos filhos dela "mexem" nas coisas da escola e dos colegas e que levam para casa, se ela visse por lá algo que não lhe pertencesse que viesse trazer à escola e blá blá blá e ela com ar compungido que sim senhor, que ia ralhar com os filhos, que batia e acontecia, porque também não admitia que eles roubassem, patati patata. Hoje aparece-nos o fotógrafo na escola, com o rolo revelado. Vamos todas lampeiras ver as fotos e qual não é o nosso espanto quando vimos as últimas 7 ou 8: a vida no acampamento! Fotos de um bebé, fotos do pai com o cavalo, fotos da menina que troxe a máquina "mas não sabia de nada nem a tinha visto por lá" e... (aqui é que eu fiquei verdadeiramente má!!) fotos da mãe, em sorridentes poses...
Eu continuo a achar que não são todos ladrões, que pelo menos na nossa escola são só os desta família. Mas também acreditava na inocência da mãe... Mas, mesmo sendo só estes, para o ano teremos na escola 5 (cinco) irmãos! E ainda há-de vir o bebé das fotos, mais ano menos ano!
E deixo uma pergunta, à laia de uma ontem num programa de televisão, em que se perguntava se a não apetência dos portugueses para a matemática seria genética: Roubar é genético?
Chego à escola e há um telefonema do "chefe" para uma reunião: parece que a DREC não vai aceitar a nossa divisão dos alunos em quatro turmas, reduzindo-as para três. Setenta alunos não chegam para fazer quatro turmas... Entretanto, numa outra escola, dezanove alunos têm direito a duas turmas... E em centenas de escolas espalhadas pelo país há turmas com um, com dois, com três alunos!
Para a feitura das turmas contam alunos com deficiências comprovadas - que dão "direito" a uma turma reduzida (18 alunos). No caso da minha escola, a lista que uma senhora (i)responsável enviou para a DREC de alunos com deficiências foi a de Janeiro, em vez de ser a actualizada onde consta mais um aluno, o que resolveria o nosso problema...
Depois chego a casa e vejo a notícia: 70% de chumbos a matemática! Continuem a fazer turmas com 25 alunos, uns que sabem ler misturados com outros que nem português sabem ainda falar e esperem que os professores façam milagres!
Como se tudo isto não bastasse, tenho a confirmação daquilo que já sabia: a haver inglês, os alunos da minha escola não serão contemplados uma vez que sendo o inglês extracurricular (e não integrado no tempo lectivo normal) é preciso um espaço para dar estas aulas. Quer dizer, os alunos da minha escola que já eram prejudicados por não terem um espaço para outras actividades - biblioteca, ludoteca, sala de TIC, cantina, etc... - vão ser mais prejudicados ainda. Quando chegarem ao 5.º ano vão ser misturados com outros meninos que já tiveram dois anos de inglês. Mas não somos todos cidadãos do mesmo raio de país??
Não, não há adiamentos nas autárquicas. Esta é a eleição para "o nick com mais piiiiinta". Lembram-se de há uns meses vos ter pedido para votarem em mim? Pois os votos foram tantos, mas tantos, que ganhei o direito de ir à final. Por isso cá estou eu a chatear outra vez... Se o prémio for divisível, prometo que reparto por quem provar que votou em mim. E se ganhar estas eleições também prometo pôr a gasolina ao preço da água. É claro que vamos aprendendo umas coisitas com este governo: pôr a gasolina ao preço da água é pôr a água a custar tanto como a gasolina... Ou estavam à espera de quê? Agora vão ter de clicar AQUI, pois já gastei as minhas energias de hoje a tentar pôr a imagem clicável, mas não consegui :-(
A Baixa de Santo António, em Aveiro (foto tirada da Voz Oblíqua era assim...
Era porque parece que já não é. As árvores incomodavam uns senhores que se queixaram da sua existência à Câmara que, ao que parece, prontamente resolveu o problema cortando- as. Ora, quem conhece Aveiro sabe que se há coisa que por aqui não abunda são as árvores. De muitas cidades que conheço, Aveiro é talvez a que menos espaços verdes tem, para onde se possam levar os garotos a dar uns passeios ao fim de semana... e já agora os adultos também! Cá para mim e pelo andar da carruagem, Aveiro quer ser geminada com alguma cidade do deserto!
Recebi um mail que me deixou fisicamente enjoada mas também enojada por haver pessoas tão anormais que precisem de consumir certos alimentos para se sentirem gente.
Aqui fica uma adaptação do texto:
O foie gras é o fígado inchado de ganso, obtido através do método de alimentação forçada. Esta provoca uma distorção no corpo dos animais e um fígado sete vezes maior que o normal. Dezasseis dias antes da matança e a partir daí diariamente, um funil de mais de 40 cm de comprimento é empurrado pelo pescoço abaixo dessas aves. É então forçada pela garganta abaixo do animal à máquina ou à mão uma quantidade de cereais misturados com gordura que seria equivalente a um ser humano ingerir 12,6 Kg de massa. A partir do décimo segundo dia este processo é repetido de três em três horas, ou seja, oito vezes por dia. Por esta altura o corpo do animal já está completamente deformado, não se consegue mexer e respira com dificuldade. Os ratos aproveitam-se do facto dos animais não se mexerem para se alimentarem deles. O sofrimento infligido aos gansos para obtenção do foie gras (que é um mero, embora muito caro, aperitivo) é altamente condenável. Só nos resta passar a palavra para ver se acabam de vez no mundo estas barbaridades perpretadas por seres ditos "humanos"!
Adenda feliz: Já há uma promessa do Pé de Meia a dizer que vai deixar de comer foie gras, sob pena de nunca mais dormir descansado! E fica aqui a promessa para todos verem!
Depois de uma manhã inteira enfiada numa sala de aulas numa reunião que nem "recreio" teve, chego a casa perto das 14 horas.
Na televisão as imagens de Londres. Entre o incrédulo (podia ser uma daquelas repetições de qualquer coisa que os jornalistas adoram fazer) e a certeza cada vez maior que afinal era verdade, não era nenhuma repetição, fui ficando a ver. E a pensar: como é possível haver pessoas tão más? Pessoas que, por controlo remoto, fazem explodir uma bomba que vai matar tantos inocentes... Pior ainda: pessoas tão fanáticas que nem se importam de se fazer explodir também...
Os terroristas não têm qualquer tipo de perdão, não há nada neste mundo que justifique os seus actos! Mas também considero que atacar um país soberano, baseando-se numas suspeitas que nem se vieram a concretizar é um acto de terrorismo igualmente cobarde, onde também morreram (e continuarão a morrer sabe-se lá por quanto tempo) pessoas tão inocentes como as que morreram hoje...
Há coisas que não passa pela cabeça de ninguém comprar: alegria, felicidade, amigos, amor, estima ou auto-estima e... sexo!
Feira de sexo? Mas o sexo compra-se? Pronto, eu sei que há "comerciantes" que vendem momentos de sexo. Mas são momentos que uns infelizes vendem a outros tão ou mais infelizes que os compram e, normalmente, tudo às escondidas: quem vende não diz a ninguém o que vende e quem compra faz o mesmo. Mas uma feira? Onde eu vi casais bem novos há procura de "estímulos para reactivar a relação"! Francamente! Se nesta altura da vida já só lá vão com estímulos, das duas uma: ou não têm sexo ou não têm relação!
Chamem-me retrógada, o que quiserem, mas eu não compreendo! O sexo não se vende em feiras! O sexo pratica-se! Se for com a pessoa com quem se vive ou se namora, a quem se ama e respeita, então é a melhor coisa do mundo. E, sendo desse, do bom, não precisa de feiras nem precisa de brinquedos a pilhas! Se o sexo tiver de ser comprado numa qualquer feira, então não vale nada...
«Em "parceria obrigatória com as escolas", o programa prevê a concessão de apoio financeiro a municípios, associações de pais e professores, a institutos de línguas ou outras entidades que se queiram candidatar ao ensino do Inglês no 1.º ciclo.»
Alô?? Está alguém desse lado? O Ministério da Educação ainda existe ou já foi extinto? (o que até nem era má ideia, poupavam-se uns milhões. E como a ministra fala como se administrasse uma mercearia, nem era nada mal pensado!)
Pelo menos até à data, os professores têm sido colocados por concurso... Em Março o pessoal desatou a preencher uns impressos na net para se candidatar a um lugar numa escola. E há professores de todas as disciplinas numa lista que se chama "professores sem colocação". Fui ver... (e não caía neve)! Na lista de não colocados há 9.574 (não, não é engano) professores de inglês - entre 2.º ciclo, 3.º ciclo e secundário. Não deveriam ir aqui buscar os professores que vão ser precisos? O que terão a ver com isto as associações de pais (?) e quem serão as "outras entidades"? Quanto aos institutos de línguas até posso ter uma ideia do que terão a ver com o assunto... Mas os professores a colocar deveriam trabalhar em consonância com os professores do 1.º ciclo, por isso deviam pelo menos pertencer ao mesmo Agrupamento! Ou são aulas de inglês só para inglês ver?