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Fábulas

Fábulas

Para lá de chocada


Vi há bocado a reportagem da RTP1 sobre a violência nas escolas (aquilo era uma escola??) e o consequente e interessante debate.
Sabia que havia violência em algumas escolas mas confesso que não me passava pela cabeça que pudesse chegar a tal ponto.
Tudo me incomodou desde o comportamento dos "alunos" (delinquentes, como lhes chamou o psicólogo Eduardo Sá) à (falta de) atitude dos professores, que assistiam a tudo impávidos e serenos...
Não sei o que faria em tal situação: fugir da sala, aprender uns golpes de karaté e aplicar os meus conhecimentos nas aulas, ir armada para a escola... nada disto é políticamente correcto, mas foi o que me ocorreu. Tudo menos ficar só a ver.
Mas acredito que esses professores não tenham alternativa já que são ameaçados por todos (e o conselho executivo servirá para quê?)
Como disse muito bem Fátima Bonifácio aquela "escola" só tem uma solução: ser desmantelada!!

Excelentes também as intervenções da professora que lá estava (não sei o nome dela): sabia falar e falava do que sabia.

Ao contrário do Secretário de Estado, que falou e nada disse. Repetiu chavões que nada querem dizer, meteu os pés pelas mãos!
Tão deprimente como a tal escola!
E estamos nós entregues a "competências" destas!

...

Acabei agora de ler a proposta do novo Estatuto da Carreira Docente.
Fiquei enjoada.
Não é figura de estilo, estou mesmo enjoada.

Nunca tinha visto tanto disparate junto. Lá muito pequenino, tipo oásis no deserto, uma ou outra ideia aceitável.
De resto, parece um documento que foi feito por alguém que não percebe nada do que se passa no ensino, do que é a realidade da maioria das nossas escolas.
A história dos pais participarem na avaliação dos professores nem é a pior parte, por isso imaginem o resto...
Ou vão ver para crer.
Outro factor que me tira o sossego é a falta de competência e de unidade entre os sindicatos. Há sempre um que cede se lhe fizerem algumas vontades.
Por isso, não me inspiram confiança nenhuma para as lutas que se avizinham...

Os professores do 1.º ciclo que trabalham 25 horas por semana com "blocos" de 5 horas (qual 90 minutos, qual quê!!) continuam sem direito a redução de horário. Se bem percebi, vão ter uma redução aos 60 anos e 25 de serviço (mas quem chega aos 60 anos com menos de 25 de serviço?? São doidos ou quê?)

Outro disparate são as faltas: os professores sempre tiveram direito a faltar 2 dias por mês, faltas essas descontadas nas férias e no subsídio de almoço.
Esta lei vem desde sempre já que a profissão docente era maioritariamente feminina, servia para o caso de "indisposição de senhoras" - creio que era mesmo nestes termos que estava na lei.
Agora continuam a existir mas é preciso pedir autorização com 5 dias de antecedência.
Portanto, vamos ter de ser bruxos para acertar exactamente no 5.º dia antes de termos uma indisposição!!

Mas o que me tirou do sério foi passar a haver dois tipos de professores: os "titulares" e os outros...
E ainda há mais: os professores que estejam já no 9.º ou no 10.º escalão quando a lei entrar em vigor, ficam logo na categoria de "professor titular".
Estou para ver o que vão fazer comigo e com tantos como eu que não passo agora em Julho para o 9.º escalão porque tenho a carreira "congelada"
Será por incompetência?

TPC

Este fim-de-semana trouxe da escola os TPC do costume:
aulas para preparar
trabalhos para corrigir (resmas deles)
começar a recolher, em livros diversos, material para elaborar as fichas de avaliação final de três disciplinas

Até aqui, tudo como de costume...
Só que desta vez trouxe ainda um trabalho extra: impressos para preencher dos alunos que vão pedir subsídio escolar.
Preencher tais impressos não faz parte das minhas obrigações, mas eu preencho-os por uma razão muito simples: os pais dos meus alunos não os sabem preencher!
Aliás, alguns pais dos meus alunos não sabem preencher uma simples autorização para uma saída da escola: escrevem logo o nome deles onde deviam escrever o nome do filho, não põem a data, assinam fora do sítio...

____________________

Só cheguei a casa agora e peguei no jornal.
Leio, logo na primeira página, que os pais vão participar na avaliação dos professores (já tinha ouvido boatos, mas ainda não tinha lido nada de concreto).
E fico parva com tudo o que leio, cada disparate maior que o anterior, autênticas barbaridades de todos os lados: governo, sindicatos e associações de pais - que conseguem sempre ser os piores dos piores!!
Eu sempre fui de opinião que os professores devem ser avaliados, mas que o sejam por outros professores...
Agora os pais??
Por amor de Deus!

Pelo que li no DN essa avaliação vai ser feita através do preenchimento de um inquérito...
Estou mesmo a ver que os meus TPC vão aumentar... "A professora podia fazer o favor de me preencher este papel??"
"Claro, não me custa nada"

E agora adivinhem quem vai ser a professora "nota 10" cá do sítio?!!

O Principezinho e outras leituras

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Sempre tive o costume de ler histórias aos meus alunos porque tenho a certeza que o gosto pela leitura se cria.
Normalmente uns 10 ou 15 minutos antes da hora de sair, já com os tarecos arrumados e com eles sentados no chão à minha volta.
No 1.º ano começo com pequenos poemas e pequenas histórias.
Depois os livros que vou lendo vão evoluindo à medida que eles crescem, mas já li livros "para adultos" a meninos de 8 e 9 anos.
Já li a turmas que me passaram pelas mãos livros como "Alice no país das maravilhas" de Lewis Caroll e na versão integral.
Ao último 4.º ano que tive li-lhes também "História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar" do Luis Sepúlveda. Adoraram!

Mas obrigatório mesmo é "O Principezinho".
Quase todos os alunos que me passaram pelas mãos ouviram ler esta história.
Podem nunca mais a ler ou ouvir ler, mas acredito também que nunca mais a esqueçam...

Na semana passada acabei de a ler aos Golfinhos
Sobre ela eles fizeram textos e desenhos a ser publicados lá no blog deles.
Mas houve frases tão giras que eu resolvi roubá-las para aqui!

"O senhor aviador desenhou-lhe a ovelha que ele pediu", Joana Filipa

"Eu gostei do Principezinho porque ele anda de planeta em planeta.
Ele vivia num planeta muito pequenino e tinha uma rosa para tratar e os vulcões para limpar", Rodrigo

"O aviador para desenhar uma ovelha só desenhou a caixa. Se calhar ele não sabia desenhar a ovelha. (...) Eu gostei do fim quando ele voltou para a sua terra", Helena

"Gostei da aventura do Principezinho com a raposa porque o que ela disse é a verdade", Joana Cristina

"Eu gostei de uma parte em que o bêbado tinha muitas garrafas", Pedro

"Foi muito giro. Eu gostei principalmente da parte da raposa.
A raposa quando se foi embora disse ao Pricipezinho: só se vê bem com o coração", Rita

Jovens "altruístas"

Dizem para aí as más linguas que os jovens actuais são uns egoistas, só pensam neles e no seu conforto, no carro, no telemóvel, nas roupas de marca...
Pois agora, a propósito da doação de óvulos, vem uma médica espanhola mostrar que somos uns ingratos ao considerá-los assim:

Sem querer revelar números, Marisa López-Tejon, directora de reprodução assistida do Instituto Marques e especialista em reprodução in-vitro, garantiu ao CM que as portuguesas dadoras têm aumentado de ano para ano. “São jovens que têm demonstrado uma grande sensibilidade para o problema da infertilidade e que chegam aqui com o desejo de ajudar outras mulheres. Em Portugal, a lei proíbe a doação de óvulos. Por isso, as mulheres portuguesas fazem-no em Espanha”, diz.

Resta acrescentar que cada "doação" rende 900 euros...
Faz-me um bocado de impressão ver jovens venderem-se assim. Até porque, no mesmo artigo dizem que elas são de famílias de classe média alta que até têm dinheiro para estudar no estrangeiro!

A minha pergunta é: a senhora é parva ou quer fazer de nós parvos??

Aos meus amigos advogados...

Encontram-se dois amigos e um diz ao outro:
"Separei-me da minha mulher."
"Não me digas... E como fizeram?"
"Com um advogado. Ele ajudou-nos a fazer a repartição dos bens."
"E os teus filhos?"
"Muito fácil... Decidimos que quem ficasse com mais dinheiro ficava também com as crianças."
"E quem foi?"
"O advogado..."

Provocações

O Manuel Ribeiro é especialista em caricaturas (sabem, caricaturas, aquelas coisas que exageram os defeitos ou imperfeições, muito diferentes dos retratos!).
Há 2 semanas o alvo foram os professores...
Na Notícias Magazine deste domingo há 10 ou 11 cartas de professores indignados a vociferar contra o homem...
Fora as cartas que não foram publicadas...
Vai daí, também resolvi dar a minha achega e escrevi ao Manuel Ribeiro.
Assim:

Caro Manuel Ribeiro:
Os professores são uma classe de pessoas maioritariamente inteligentes (daí haver tantos a ler a NM) e que entendem perfeitamente o que é uma "provocação".
A caricatura está bem feita e até põe o dedo em algumas feridas (embora ninguém goste de ver assim escarrapachados os seus defeitos, todas as classes os têm e os professores não fogem à regra).
Mas, a maioria dos docentes deste país são bons ou muito bons e trabalham, na maior parte dos casos - e principalmente no 1.º ciclo que é o que eu conheço melhor - em condições que muitos intelectuais de gabinete nem imaginam porque só conhecem os colégios finos onde têm os seus rebentos.

Acredito que muito poucos teriam reagido mal à sua crónica, não fora dar-se o caso de, de há uns anos para cá, mas especialmente neste ano lectivo, os professores andarem a "apanhar" de todos os lados!
É que nem sabemos de onde elas nos caem!
E vêm de ignorantes, de gente que nada tem a ver com a educação, e que revelam grande falta de respeito para com todos os profissionais do ensino.
Tem havido muitos, cada jornal tem o seu, mas estou a lembrar-me especialmente do Sr. Miguel Tavares que, do que sei, foi o que escreveu e disse as maiores barbaridades.

A Ministra da Educação tem tomado muitas medidas acertadas mas também tem feito algumas asneiras (ou deixado que os lambe-botas das DRE as façam para "mostrar serviço").
Mas eu não a condeno porque me parece estar a agir de boa-fé e também porque só quem não faz nada é que não comete erros.

Quanto a si, não tome a árvore pela floresta e continue com as suas excelentes provocações!

Cumprimentos,

O verdadeiro culpado

Anda para aí um monte de gente, jornalistas incluídos a tentar descobrir quem é o culpado daquela história do "envelope 9".
Eu, aqui quietinha (nem que me queira mexer muito não posso - ver post anterior) decobri o verdadeiro culpado.
Aqui está ele, com foto e tudo!



Eis o senhor Alexander Graham Bell o descarado inventor do telefone!

Aiiiiiiiiiii

Dói-me tudo!
O meu marido está convencido que eu sou uma rica herdeira disfarçada de pobre - eu já lhe disse que não, não sou, se fosse não ia esperar quase trinta anos para lhe dizer! - e deve estar de olho na minha herança.
Vai daí desafiou-me para ir com ele andar de bicicleta.
Na semana passada o meu medo era tanto que a volta foi pequenina e pronto. Mas, vencido o medo inicial a coisa até correu bem.

Hoje, já mais calejada e menos medricas a volta foi maior.
Por isso, estou aqui que nem posso!
Dói-me tudo: as pernas, os braços, as costas, os joelhos... mas principalmente o "selim".
Ai que dores!

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