Ninguém os devia ter, é muito feio e não é politicamente correcto... Mas estou convencida de que todos os temos e todos os tentamos disfarçar, duma forma mais ou menos eficaz.
Eu vou descobrindo uns novos quando me ponho a pensar (o que, felizmente, acontece poucas vezes!!) Por estes dias descobri um novo: tenho preconceito contra gente que conduz Mercedes!
«Ligaram hoje, sábado, para a Associação Patinhas de Vale de Cambra a dizer que viram um senhor sair de uma carrinha Mercedes, com dois sacos na mão e despejar algo por uma ribanceira (um mato, bastante inclinado), um pouco acima do Modelo de Vale de Cambra. O homem arrancou logo de seguida e uma pessoa que presenciou, ao longe, resolveu ir ver o que é que ele tinha lá deixado. Quando lá chegou viu vários cachorrinhos bebés, lá no fundo da ribanceira.»
Já viram a imagem e leram a legenda... Os cachorrinhos agora estão bem, mas precisam urgentemente de adopção. Não era uma boa ideia de folar para oferecer a um afilhado nesta Páscoa?
Quando foi o referendo do aborto, vi alguns cartazes que diziam, mais ou menos, "aborto? com os meus impostos, não"
Na altura fiquei a pensar que seria óptimo nós podermos escolher onde poderiam (ou não) gastar os nossos impostos! Vai daí resolvi fazer uma lista sobre onde não quero que gastem os meus impostos:
alguns abortos (também)
despesas com bêbedos
as milhentas despesas com os toxicodependentes, desde seringas à borla, mais kits-de-não-sei-quê, mais centros de apoio, mais metadona, mais salas de chuto, mais, ...mais...
rendimento de inserção social de quem não trabalha porque não quer (até posso fornecer uma lista enorme e só dos casos que conheço!)
campanhas eleitorais
gigantescos estádios de futebol, agora praticamente abandonados
Foi tirada há pouco tempo, perto do local onde muitas vezes apanhei a velhinha lancha para ir trabalhar em S. Jacinto. É uma pena um local tão bonito estar tão mal conservado e tão abandonado... A excepção é este farol que está bonitinho e bem arranjado. Uma sugestão de passeio!
Li, não me lembro onde, alguém a reclamar por as pessoas dizerem (erradamente) "uma bebé", já que o nome "bebé" é unipessoal. Assim sendo, para sermos correctos, devemos dizer, quando os queremos referir a uma menina "um bebé do sexo feminino" em vez de "uma bebé" como vulgarmente se diz.
Mas, com o que eu embirro mesmo solenemente é com o uso da expressão "de encontro" em vez de "ao encontro"!! Rara é a pessoa que apareça a falar na televisão que use o termo correcto, desde os jornalistas entrevistadores até às personalidades entrevistadas. Até os meus Golfinhos (já de férias, aqueles sortudos!) sabem que ir "de encontro" não é nada saudável!! Apre!
Luto, todos os dias, para que se fale e se escreva bem em português.
Abomino erros ortográficos ou de construção de frases, e a nova moda de escrever "smsmês".
Mas também acho que devíamos caminhar para uma simplificação da língua, a exemplo do que fazem os brasileiros...
Espero ansiosamente que tirem, de uma vez por todas, os "p" e os "c" das palavras onde eles não se lêem!
E já agora, é mais fácil dizer "uma bebé" ou "um bebé do sexo feminino"?
«Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino é (sem querer apontar dedos) dos professores. Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam. O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida.»
... está na moda, eu sei. Mas que querem? Não gosto dele e pronto! A gota de água é esta publicidade a uma marca de cerveja. O texto até está giro, mas ele consegue estragá-lo num instantinho!
(e para que conste, também não gosto do Marco Horácio nem do Nuno Markl, do Fernando Rocha, do Fernando Alvim ... será que o defeito é do meu sentido de humor?)
Os meus pais meteram na cabeça que haviam de comprar um colchão caríssimo, daqueles que fazem milagres. Vai daí, veio um casal cá a casa fazer uma demonstração para os convencer a comprar.
Os "demonstradores" não vieram sozinhos, traziam com eles um verdadeiro séquito de pessoas que comprovariam os "milagres" do colchão. Só sei que tinha a casa tão cheia de gente que me ocuparam a sala, o corredor, os quartos e até a casa de banho! Entretanto, e para complicar ainda mais a situação, apareceu também uma revendedora da Oriflame a dizer que, como eu não tinha feito nenhuma encomenda no prazo estipulado, iria ter de pagar uma multa!!
Eu afadigava-me de um lado para o outro, tentando aliciar alguma daquelas pessoas a assumir que as histórias que estavam a contar acerca do colchão não passavam de falsidades, livrando assim os meus pais de caírem no logro. Uma rapariga disse-me então que tinha vontade de me ajudar, mas que se fizesse isso perderia aquele emprego. Vai daí eu comprometi-me a arranjar-lhe outro ainda melhor...
Mas tanto o meu pai como a minha mãe pareciam hipnotizados e queriam porque queriam comprar o colchão!!
O domingo foi passando e já era quase manhã. Havia pessoas adormecidas por todo o lado, até a mulher da Oriflame, cansada de esperar pelo dinheiro, tinha adormecido no sofá.
Eu estava aflita: não podia ir dormir porque os meus pais e o casal de vendedores conversavam calmamente sentados na minha cama; não podia arranjar-me para ir para a escola porque o quarto de banho estava sempre ocupado...
O desespero tomou conta de mim, e foi quando resolvi começar aos berros para expulsar aquela gente toda de minha casa...
fico na escola até às 17:30. As aulas acabam às 15:15 e como o meu AE (tradução: acompanhamento ao estudo) começa às 16:45 aproveito esse "furo" para ir ao Agrupamento tratar de assuntos da escola. E também tenho de lanchar, que a essa hora já estou cheia de fome... Podia ir lanchar a outro lado, mas prefiro fazê-lo no tasca café que fica mesmo em frente à escola. Não prima pelo asseio, muito menos pelo ambiente, mas os donos são simpáticos, e pronto, para ser muito sincera, gosto de cuscar quem lá vai!
Os frequentadores, a esta hora da tarde, são sempre um (às vezes dois) grupos de jogadores de sueca, um ou outro que entra para comprar tabaco ou beber uma cerveja e os que vão para a "sala de jogos", que fica lá para trás e que eu nunca vi...
Sei que passa lá os dias... Claro, tiraram-lhe os filhos, agora é que não tem mesmo nada que fazer! Não sei do que vive, mas não me admira nada que, apesar de tudo, ainda receba Rendimento Social de Inserção...