Nunca na vida imaginei algum dia vir a pensar ou a falar bem do Santana Lopes (nem naqueles sonhos malucos que costumo ter!). Mas este vídeo faz-me dizer: "bravo, Santana Lopes"!
Não percebo completamente a parte que diz respeito à justiça, mas sei que nem tudo o que é legal é moralmente correcto.
No caso da Ana Filipa, ou Esmeralda, parece-me mesmo uma barbaridade entregar a menina ao "pai biológico".
Se o homem tem mesmo razão, o caso devia ter sido resolvido assim que foi posto em tribunal e não passado este tempo todo!
A justiça está a tratar pessoas como se de propriedades se tratasse. É uma vergonha!
Este ano tenho alunos com 5 anos e nem consigo imaginar que alguém dissesse a um deles "olha afinal o teu pai não é este senhor, a tua mãe també não é esta, agora vais morar para casa do teu pai verdadeiro que é aquele ali"
Ao contrário da pedopsiquiatra que falou no jornal da SIC, eu não acredito que seja assim fácil e inócuo o que vão fazer a esta pobre criança!
Confesso que acho imensa piada à luta de galos no PSD.
Aquela história dos pagamentos das quotas por atacado, dos que pagaram e não votam, dos que votam e não pagaram, dos que já morreram e ainda podem votar...
Uma história divertida no meio de tanta monotonia política!
Só fico preocupada quando penso que são estes cromos que querem vir a governar o país!
...estou eu hoje. Foi um daqueles dias que custaram a passar, em que tudo custou a fazer. Ainda bem que está quase a acabar! Por isso não fiquei impávida e serena quando ouvi na TV a notícia das seringas nas prisões.
Não é proibido o uso de droga nas cadeias? Então para que precisam eles das seringas? Não entendo! Hoje estou mesmo burra!
Também me chateiam todas as mordomias que são dadas aos drogados toxicodependentes. Haverá alguma "doença" tão apoiada como esta? Não esqueço que foram os primeiros a ter seringas distribuídas gratuitamente. Só muito depois os diabéticos tiveram o mesmo direito!
Os CAT estavam (e ainda devem estar) muito bem apetrechados, tanto de pessoal qualificado como de computadores, que faltavam noutros lados. (Não havia computadores nem psicólogos nas escolas, por exemplo!)
Eu sei que não é politicamente correcto falar mal dos drogados toxicodependentes. Mas nada como estar com os azeites para desopilar o que me vai na alma.
Ontem andei a passear por aqui... Às vezes o que menos vemos é o que está mais perto de nós! O mosteiro de Santa Clara está - literalmente - a ser desenterrado e ainda não está aberto ao público, mas vale a visita por esta vista e pela área circundante.
Ontem, à hora da minha saída da escola, dei com o R. a chorar convulsivamente. Perguntei-lhe se tinha caído "não", se lhe tinham batido "não" se lhe doía alguma coisa, também era "não".
"Então que tens? Estás a chorar porquê?" "Tenho saudades da minha mãe. Quero ir para casa!"
O meu coração ficou apertadinho: deixar uma criança de 5 anos, que nunca nem sequer andou na pré, durante nove horas numa escola não é normal!
Psicólogos, pedagogos e outros que tais: ninguém olha por isto?
Quando a ministra da educação bota faladura, já sabemos que vêm lá mais umas pérolas de sabedoria... Desta vez são os professores que - sádicos - adoram reprovar criancinhas! Diz ela:
“As nossas crianças reprovam. No segundo ano de escolaridade, aos sete anos de idade, 10% das nossas crianças reprovam”, “não se pode reprovar uma criança com sete anos, aquilo que se deve fazer é trabalhar com ela para que naquele ano atinja os objectivos”.
“Estou a apelar aos professores e às escolas para que se enquadre, para que se faça a integração efectiva dos alunos para que eles possam cumprir os objectivos”, afirmou a ministra, acrescentando que esses objectivos, definidos no currículo nacional, estão ao alcance de todas as crianças.
Diz também que, [quando se separa] “a criança do grupo e professor inicial e se condena a um percurso falhado”. Ai sim?
Então porque é que a professora do ano passado ficou sem colocação - na escola que teoricamente seria dela por 3 anos - e os alunos dela ficaram para mim numa turma com mais de 20 alunos e 2 anos de escolaridade?
A governante salientou ainda que “as nossas crianças não são diferentes das do resto dos países"
aqui acrescento eu: não, não são. Mas os ministros da educação se calhar são!
Como tinha acabado de fazer 6 anos e nessa altura era preciso ter 7, fui matriculada na escola da minha tia para depois ser "transferida" para a da minha vila, por isso a minha primeira ida à escola deu-se quando os meus colegas já tinham uns dias de aulas.
Lembro-me da minha mãe me ter ido levar, de entrar na sala e ver todos perfiladinhos de bata vestida, e de ter feito uma grande birra. Eu, que todos os dias chateava os meus pais "quando é que eu vou para a escola?", na hora H não queria lá ficar!
Chorei e esperneei - parece que adivinhava que uma vez lá entrada nunca mais de lá sairia.
Finalmente e quando a professora se predipôs a sentar-me ao pé de quem eu queria (minha amiga desde o berço), eu lá fiquei.
Não me lembro de mais nada, a não ser das reguadas que levava quando fazia o ponteiro chiar na lousa!
Estive a copiar dados sobre os meus novos alunos e constatei aquilo que já estava fartinha de saber - a baixíssima taxa de escolaridade dos pais e mães:
20% sem habilitações, 20 % com o 1.º ciclo, 40% com o 2.º ciclo, e apenas 10% têm o 3.º ciclo.
De realçar ainda que são, na sua maioria, gente muito nova. A média de idades nem deve ultrapassar os 30 anos!
Assiste-se agora ao governo a pretender uma escolaridade obrigatória de 12 anos... Não seria melhor deixá-la ficar nos 9 anos e em contrapartida arranjar estratégias para que quem é obrigado a andar na escola apesar de não gostar, ou não ter capacidade para estudar, tenha boas alternativas de cursos profissionais?