Cavaco Silva fez um apelo para que o pessoal faça férias em Portugal, e eu não podia estar mais de acordo. Agora, para conseguir o meu voto, só falta convencer o primeiro-ministro a dar "ponte" a toda a gente no próximo fim-de-semana.
Ao contrário do que alguns apregoam (jornalistas à cabeça, para quem "ponte" é sinónimo de desgraças e país na bancarrota), as pontes fazem muito pela economia nacional. Muito mais até que apelos presidenciais.
Residenciais, albergarias e hotéis com muitos quartos alugados, restaurantes com muitas mesas ocupadas, graças ao pessoal das pontes. Não são os velhotes das excursões do Inatel, que esses têm todo o tempo do mundo, nem são os ricos, que esses não frequentam residenciais de 35 € nem restaurantezinhos de praia. Somos nós, a em-vias-de-extinção-classe-média.
Ultimamente a esquerda parece a direita e vice-versa: por um lado o Paulo Portas sempre a falar dos reformados (dos pobres, não do Cavaco e outros que tais) e dos beneficiários do RSI, por outro lado o Louçã, o Daniel Oliveira e afins a tecerem elogios à malandragem dos que não trabalham porque não querem e ai de quem os queira - por força de lei - obrigar.
Normalmente seria o capitalismo a "defender" os pobrezinhos - porque faz parte da "alma" capitalista haver pobrezinhos para explorar e/ou brincar à caridade, mas realmente está tudo trocado.
Vem isto agora a propósito do que li hoje no JN: Mão de obra tailandesa salva morangos do litoral. Compro desses morangos todos os fins de semana e sou testemunha de que há por lá sempre um letreiro a pedir pessoal. E não pensem que o ordenado é mau! (quer dizer, não é bom, mas é superior ao que recebem, por exemplo, as mães dos meus alunos que são operárias)
Claro que é muito melhor estar em casa no café a receber o mesmo (ou até mais, já que o RSI é pago à cabeça e como lhes sobra muito tempo sempre vão fabricando mais uns filhos), do que andar com as costas dobradas a apanhar morangos.
Eu não percebo muito de política, mas tenho a certeza absoluta de que um país jamais progredirá enquanto houver políticos que protejam quem quer malandrar!
Não posso nem quero generalizar, mas os casos de pessoas que vivem do subsídio de desemprego deviam ser analisados um a um (por exemplo, pelas juntas de freguesia que são o poder mais próximo das pessoas). Ainda hoje me contaram uma história que vem mesmo ao encontro daquilo que escrevi no post anterior anterior:
Uma conhecida minha "meteu uma cunha" para arranjar emprego a uma familiar. O emprego foi conseguido mas depois a fulana desistiu. Justificação: "só ia ganhar mais 100 euros por mês, prefiro ficar em casa". Quanto a ela, acho que faz muito bem: eu faria o mesmo, não compensa trabalhar por tão pouco!
Quem não tem, nem pode ter, razão, é quem dá origem a estas situações. O governo é que tem de fazer com que viver de subsídios, sejam eles quais forem, não compense. Tem de obrigar os patrões (a começar pelo patrão-estado) a pagarem salários condignos a quem trabalha.
Enquanto compensar mais, viver de subsídios do que trabalhar, podem fazer os pactos que quiserem que este país não evoluirá!
Foi hoje, mas, a julgar pelas notícias que tenho ouvido, parece que não resultou e continua tudo na mesma... assaltos, corrupção, violência... o costume.
(ai não era essa a limpeza?)
A outra, a das lixeiras, também não me convence: Quem limpou hoje não o vai fazer sempre. Por outro lado, quem sujou será persistente e continuará a sujar. Não são medidas de um dia que resolverão seja o que for. São as de todos os dias. E nessas, eu participo 365 dias por ano, quer a manter limpo tudo o que posso, quer a tentar mudar mentalidades.
Gostava que tivessem feito um pequeno inquérito ao pessoal que lá andava, à chuva, a limpar o que outros sujam: gostava de saber quantos beneficiários do rendimento de inserção participaram nas limpezas.
E, ao contrário do que muitos pensam, os funcionários públicos não ganham assim tãããão bem, atendendo a que na sua maioria são pessoas bem qualificadas. Como se não bastasse o congelamento de salários, continuam a empregar apenas 1 pessoa para cada 2 pessoas que saem. O que quer dizer que o trabalho duplicará para quem fica! (depois admiram-se da violência nos recreios das escolas, quando não há ninguém para vigiar os alunos)
Querem poupar dinheiro? Que tal irem verificar, caso a caso, os beneficiários do rendimento de inserção? Que tal irem verificar as pessoas que recebem subsídio de desemprego e só não novo têm emprego porque não aceitaram o que lhe ofereceram? Que tal baixarem para níveis normais os salários de administradores e afins, de empresas públicas e semi-públicas?
Como podem ter a lata de pedir sacrifícios a uns (sempre aos mesmos, são os que estão mais à mão), enquanto outros ganham despudoradamente?
Todos imaginávamos que, à medida que vamos evoluindo como seres humanos e que vão evoluindo as técnicas de que dispomos, o tempo que dedicamos ao trabalho seria cada vez menor.
Mas não! Cada vez se trabalham mais horas e mais anos.
Costuma chamar-se à imprensa "o quarto poder". Cá por mim, nos tempos que correm, a imprensa tem sido, isso sim, o primeiro poder. E como o poder corrompe...
Num país sem oposição, temos os jornalistas a fazê-la!
Não gostei mesmo nada de ver o Paulo Rangel a fazer queixinha do que se passa cá por casa, lá no Parlamento Europeu. (assim de repente pareceu-me que não estava ninguém a ouvi-lo, mas a atitude é feia na mesma) Não está em causa se ele teria razão ou não (cá por mim anda por aí muito jornalista com a mania da perseguição, mas isso sou eu a pensar...).
Chama-se a isso "lavar roupa suja" e isso deve fazer-se em casa, jamais em público. Isto não quer dizer que os assuntos não devam ser discutidos, antes pelo contrário, mas para quê ir fazer queixinhas? É algum assunto em que o Parlamento Europeu possa ajudar? Não me parece!
Talvez fosse boa ideia esse senhor deputado preocupar-se em ser parte da solução, em vez de ser parte do problema.
Para o provar, vou dar uma ajuda ao governo para resolver o déficit (seja lá isso o que for...)
Ontem, o sr. Ministro das Finanças, sobre o facto de não aumentar os salários da FP, disse que eles até podiam ganhar pouco, mas não eram despedidos. Se o problema é esse, sr. Ministro da Finanças, pois eu digo-lhe que deve despedir, sim. E para o ajudar ainda mais, até lhe digo por onde deve começar:
Comece pelos deputados: despeça 2/3 deles. Reduzidos para 1/3 fazem as mesmas tarefas e poupa-se um dinheirão.
Depois passe às autarquias: despeça metade dos presidentes de Câmara. Metade das Câmaras Municipais servem muito bem e ainda tem uma poupança-bónus: não há obras em duplicado! (exemplo: as cidades de Aveiro e Ílhavo têm - ambas - centros culturais. Para quê? )
E já que estamos numa de autarquias, faça o mesmo às Juntas de Freguesia. Porque raio há-de haver, no espaço de uma cidade pequena, para além da Câmara Municipal, ainda meia dúzia de juntas de freguesia?
E não se pode também despedir o pessoal do RSI? Ai não? Nem aqueles que o recebem desde o iniciozinho e nunca fizeram nada para deixarem de precisar dele? (estou a ser um bocadinho injusta, já que eles têm feito... Têm feito filhos para receberem cada vez mais.)
Hoje é um dia de alegria: todos os partidos ganharam as eleições! Haverá acontecimento mais feliz?
Agora só gostava que alguém me ajudasse a conseguir realizar essa habilidade na minha escola, para assim evitar a tristeza e o amuo que uns certos meninos têm cada vez que perdem...