Ainda os incêndios
Vinha para escrever sobre um assunto que já tinha alinhavado na minha cabecinha, mas ao chegar aqui deparo-me com comentários ao artigo de ontem que não posso deixar passar em branco e além disso aproveito para abrir a discussão a mais pessoas.O primeiro a comentar foi o Analfabeto, dizendo que a culpa dos incêndios é de todos nós. Eu respondi-lhe que não me sentia minimamente responsável pelo que se passa...
Depois aparece o Letras ao Acaso a dizer (e passo a citar):
« O Analfabeto tem razão. Os incêndios são culpa de todos nós. Pecamos pelo silêncio, somos cúmplices pela omissão, não exercemos a nossa cidadania para obrigar o des(governo) a tomar medidas concretas. O 1º ministro, ainda ontem disse no debate parlamentar que tínhamos falta de meios. Hoje que três países ofereceram ajuda, diz que fica muito caro. Não ficará mais tudo o que se perde e a miséria humana que daí resulta? O Advogado Sá Fernandes, que parou o túnel do Marquês, vai meter o Estado em Tribunal,exercendo dessa forma a cidadania plena. Nem todos são advogados. Mas todos somos cidadãos. A culpa é de todos.»
Eu, embora concorde com o que o Letras diz, não concordo com a parte do " a culpa é de todos".
Primeiro, porque quando a culpa de qualquer coisa é de todos, acaba por nunca ser de ninguém e depois repito o que já disse atrás: eu não me sinto culpada pelos incêndios.
Esta história da "culpa colectiva" comigo não pega! Talvez seja esse um dos motivos porque neste país a culpa morre sempre solteira: ou não há culpados, ou somos todos! Como não cabemos todos na cadeia, ia ser um sarilho, fica tudo como dantes, quartel general em Abrantes...
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De uma vez por todas seria bom que se apurassem os culpados dos incêndios, das pontes que caem, das obras que custam um balúrdio feitas com o dinheiro de todos nós e passados meses metem água por todos os lados, das estradas que ficam logo esburacadas com meia dúzia de dias de uso... No dia em que os responsáveis forem punidos e tiverem de pagar os seus erros ( e quando digo "pagar" estou a falar em dinheiro, não em tretas morais), vamos ver como as coisas se compõem.
Ai se compõem!!