Debatemos ou só nos batemos?
Na quinta à noite assisti a um debate no âmbito do Debate Nacional Sobre Educação, organizado pelo meu Agrupamento.Tendo em conta a dimensão do Agrupamento, estavam presentes bastantes pessoas, apesar da hora, do frio, do dia da semana, das novelas...
Não havia representantes das autarquias locais, o que mostra mais uma vez - como se isso fosse necessário - a importância que é dada à educação por estes órgãos (ou melhor, pelas pessoas que lá estão a representar o povo!)
Mas havia bastantes professores e pais, o que prova que há pessoas interessadas em procurar o rumo mais certo para vencer a batalha da educação.
O problema destes debates é que as pessoas que falam são poucas e falam muito.
Os pais falam dos seus problemas como pais, os professores falam das suas dificuldades como professores, o que torna o debate mais monólogo que diálogo.
Os pais queixam-se que a escola não lhes dá a devida atenção e queixam-se dos recados que os filhos trazem nas cadernetas, das notas.
Para eles os filhos são sempre inocentes e incompreendidos.
Os professores queixam-se que têm alunos a mais (como se podem conhecer razoavelmente os pais de mais de 100 alunos? Ou até os alunos??), e queixam-se do comportamento dos alunos: falta de respeito pela escola e pelos professores, pouco esforço para aprender, falta de perspectivas de vida, falta de ambição.
É muito difícil tirar conclusões num debate onde todos têm razão: os pais, os professores e os alunos - que não são nem tão inocentes como os pais os pintam, nem tão mal comportados como alguns professores os consideram...