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Fábulas

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Dia do mulherio

(como diria um dos meus cronistas preferidos, Manuel Ribeiro)

Ia pôr aqui uma imagem bonita, como as que vi por aí nalguns blogues, mas lembrei-me desta adivinha que recebi há tempos: "qual é a fêmea"?

Segundo o calendário e os blogues, hoje é o dia do mulherio.
Já aqui escrevi uma vez ou duas que não concordo com os "dias de..."
Não servem para nada, a não ser para dar fôlego aos comerciantes em épocas más (essa é a única boa causa que encontro nestas comemorações).
As mulheres mais exploradas do mundo, dos confins da África aos confins da Ásia, Afeganistão e campos de refugiados incluídos sabem que este dia existe?
E mesmo que saibam? A vida delas muda alguma coisa?
Mas respeito quem acha muito bem, quem oferece flores ou escreve post's dedicados às mulheres neste dia.

Especialmente hoje fala-se de mulheres, como se elas não fizessem as mesmas coisas espantosas todos os dias, assim como muitos homens!
E fala-se sobretudo das mulheres na política (ou da falta delas).
Eu tenho cá para mim que, se não há mais mulheres na política é porque elas não querem, ou não gostam e não porque alguém as impeça de exercer esses cargos. Essa história das quotas põe-me os cabelos em pé!
E porque não quotas nas outras profissões?
E os pobres dos educadores de infância homens que ainda hoje são olhados como aves raras?

Eu engravidei duas vezes e tive o meu filho e a minha filha enquanto andava a tirar o meu curso - de 3 anos! - era quando tinha a certeza que não ia para longe, porque depois do curso tirado tudo podia acontecer.
As minhas colegas saíam das aulas e iam lanchar à pastelaria, iam às compras, iam ao cinema... Eu vinha para casa tratar primeiro do meu filho e 17 meses depois tratar dos dois!
A maternidade é sempre usada como desculpa para muitas coisas que não se fizeram.
Realmente os filhos, enquanto são bebés, impedem-nos de fazer uma série de coisas.
Mas têm uma vantagem: crescem num instante.
Por isso, não vou muito na conversa de quem diz "eu podia ter estudado ou isto e aquilo se não tivessem sido os filhos"...

E agora que os filhos têm 30 anos, qual é a desculpa?
Desde que haja vontade tudo se faz.
E as mulheres e os homens são e devem continuar a ser diferentes (graças a Deus). O que deve ser igual são os seus direitos!
Ainda não chegamos lá? Concordo!
Mas também tenho a certeza de que muita da culpa dessa desigualdade é, infelizmente, das próprias mulheres!

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