Ontem tive uma reunião
na sede do meu agrupamento, depois das aulas.Nestes dias costumo levar farnel, mas como ainda não estou boa da minha garganta, dirigi-me ao bar para beber qualquer coisa quente.
No meu agrupamento havia um bar de professores: era um local aprazível e calmo, embora não fosse só bar: era também a sala de professores. (E faço esta distinção porque há escolas que têm um bar que é apenas bar, com mesinhas e sofás...)
Mas, no outro ano lectivo decidiu-se, numa reunião do Conselho Pedagógico ao qual eu também pertencia que, devido à falta de funcionários, o bar de professores teria de fechar.
E os professores passaram então a frequentar o bar dos alunos.
Agora imaginem, os professores que, ao fim de uma aula de 90 minutos, deviam ter direito a 10 minutos de sossego esilêncio, terem de continuar a conviver com os jovens alunos.
Jovens e barulhentos: corridas, encontrões, gritinhos e risinhos histéricos das meninas, berros dos rapazes...
Já para não falar do ruído ensurdecedor dos matraquilhos que também existem naquele bar.
Eu não tenho nada contra este comportamento dos pré-adolescentes e adolescentes, antes pelo contrário: faz parte do seu processo de crescimento e, mais coisa menos coisa, já todos fomos assim!
O que chateia mesmo é que, neste país, seja tão fácil contratar secretários de estado e assessores e assesssores de assessores e consultores de tudo e mais alguma coisa e tão difícil colocar funcionários suficientes nas escolas!
De vez em quando lá aparecem nas notícias acontecimentos graves e violentos nos recreios das escolas e fica tudo muito escandalizado a perguntar "como é possível que ninguém tenha visto", blablabla...
Claro que é possível que ninguém veja nada, quando não há ninguém a ver!