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Fábulas

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Professores desterrados

Ontem no Jornal da Noite da SIC deu uma reportagem impressionante acerca dos "professores desterrados".
Não se trata de gente que está no início de carreira mas sim de professores que, depois de muitos anos de serviço razoavelmente perto de casa, se encontram de repente numa situação daquelas: injusta, indecente, imoral.
Que se ande numa vida errante por 2 ou 3 anos no início da carreira é compreensível, pois tem de haver alguém para ser colocado em vagas temporárias por doença, licença de parto, etc..
Mas ao fim de 15 ou 20 anos de serviço?

A senhora ministra, tão preocupada em ter os professores nas escolas mais horas, não devia estar ainda mais preocupada com a justiça nas colocações?
Como pode um professor ou professora, a centenas de quilómetros da sua casa, da família ou de parte dela, dedicar-se aos alunos como deveria, como gostaria e como eles merecem?
A senhora ministra tão preocupada em fazer abrir as escolas por mais horas para ajudar os pais, tadinhos, e vai depois esquecer que os professores também têm família?
Ou será que isto é um sacerdócio, com direito a celibato e tudo e ninguém os avisou??

Esta situação seria aceitável se não houvesse mesmo nenhuma vaga mais perto, as pessoas teriam de se sujeitar ou mudar de profissão, mas acontece que há vagas e que essas vagas são depois ocupadas por professores com menos tempo de serviço!
Trata-se apenas de um concurso mal elaborado que permite estas aberrações.
E mais uma vez se ouviu a pergunta, pergunta essa que eu já pus aqui duas ou três vezes: para que servem os sindicatos?

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